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Consu divulga nota de repúdio ao rompimento da Barragem do Fundão em Mariana

O Conselho Universitário (Consu) da UFVJM divulga nota de repúdio sobre os desastres causados pelo rompimento da barragem de rejeitos da Empresa Samarco de Mineração. O assunto foi pauta da reunião do conselho ocorrida no mês de novembro.

Desastre em Mariana: Minas Gerais entristeceu-se

Pessoas morreram, rios morreram, árvores morreram, animais morreram. Bens culturais foram soterrados junto com os corpos de pessoas: crianças, idosos, filhos, filhas, pais e mães. Modos de vida foram extintos, sonhos foram apagados. Medos foram incrustados, a memória da dor perenizou.

Os desastres causados pelo rompimento da barragem de rejeitos da Empresa Samarco de Mineração, controlada pela Vale e BHP Billiton, no dia 05/11/15, ainda são incalculáveis. Pelo menos 1 mil hectares de Áreas de Preservação Permanentes (APP’s) ao longo das margens do Rio Doce foram contaminados pela lama de dejetos. Mas, para além disso, como medir a morte de pessoas, como calcular e medir a morte de um lugar inteiro onde existia um modo de se viver, de criar filhos e de amar a quem se gosta? Como medir a morte de um rio, que nos oferece a água-mãe, como falam os Krenak em seu choro, diante do corpo ferido da água (Rio Doce) que alimenta vidas humanas e não humanas?

Esse desastre, que segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), não é culpa da natureza (tremor de terra) e nem o resultado de algo inevitável, mas, sim, a falta de um projeto de prevenção, de gestão por parte da empresa, demonstrando a falta da noção do limite: limite dos lucros, limite do processo de exploração, limite da ação predatória da empresa, preconizada pela supervalorização do capital, segundo a qual o lucro é superior à vida em toda sua complexidade e variedade.

Essa falta de limite e respeito vê-se traduzida na falta de competência técnica por parte da empresa diante do rompimento da barragem de rejeitos. Por longos 18 dias a lama foi escorrendo, matando o Rio Doce, tirando a água da boca das pessoas, matando a fauna e a flora, prejudicando atividades econômicas (plantios irrigados) e chegando ao mar. E nada, ou quase nada foi feito, o que demonstra o despreparo técnico e de conhecimento da empresa diante da catástrofe produzida por ela, o que indica um projeto de futuro e desenvolvimento preconizado pela Samarco que não inclui a preocupação para com os outros humanos e para com o meio ambiente, mas apenas e somente com o lucro.

Para pensarmos num projeto de futuro devemos, antes de tudo, criar, ou melhor, reaprender a elaborar o limite de nossas ações econômicas. Como pensarmos no futuro matando nossos rios, devastando matas, ferindo e matando pessoas? Como nos ensina o socioambientalismo, somos seres da natureza, não existe vida desconectada, não existimos só. Participamos da “teia da vida”.

Esse desastre demonstra as pretensões de grandeza e de lucro desmedidos e a irracionalidade de um saber que se autodenomina científico, porém toda ciência sem consciência traz consigo um poder de destruição imenso. Um saber que não pensa no futuro da vida torna-se irracional. O rompimento da barragem de rejeitos da Samarco é a concretização dessa irracionalidade.

O desastre chama todas as áreas de conhecimento, da geologia à antropologia, da saúde à religião, para um debate interno, no nosso dia-a-dia em sala de aula, pois não existe saber que não envolva o humano e a natureza. Desse modo, o desafio que nos cabe diante do que aconteceu, como universidade, como geradora de conhecimento e de futuros profissionais e cientistas, é pensarmos e fomentarmos saberes científicos que tragam consigo a noção ética do limite e do respeito para com a vida humana, assim como para com a vida não humana.

Por fim, o desastre em Mariana demonstra a falta da responsabilidade socioambiental da Empresa Samarco e de suas controladoras Vale e BHP Billiton. Esse desastre suscita a necessidade urgente de leis mais rígidas por parte do estado de Minas Gerais e também do governo federal em relação à mineração no Brasil. Somos a favor de todas as penalidades legais que a empresa está sofrendo e irá sofrer, apesar de serem irrisórias diante do desastre que ela produziu e dos lucros e do capital que ostenta.

A UFVJM repudia esse desastre que manchou de morte o “Rio Doce da Vida”.

Conselho Universitário da UFVJM

Última actualización el Martes 01 de Diciembre de 2015 16:54
 

 

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