A atual condição do campus da UFVJM em Janaúba foi tema de encontro entre o reitor da Universidade, professor Gilciano Saraiva Nogueira, e a comunidade acadêmica, realizado em Janaúba, no último dia 27 de outubro. No mesmo dia, o reitor reuniu-se também com representantes do poder público local para alinhamento de ações.

A reunião com docentes e técnicos administrativos do campus da UFVJM em Janaúba teve o objetivo de esclarecer sobre a situação financeira da Universidade. O reitor apresentou um diagnóstico e conversou com os servidores sobre os recursos financeiros destinados a custeio e investimentos, que tiveram cortes de 10% e 50%, respectivamente. Apesar do contingenciamento, repassou a informação do Ministério da Educação (MEC) de que estão garantidos os recursos necessários para que as obras do campus não parem.

O encontro contou com a participação da maioria dos servidores e, para o reitor, o resultado foi bastante positivo. “É muito satisfatório ser bem recebido pela comunidade acadêmica e melhor ainda é perceber que o Campus de Janaúba está envolvido e comprometido com a UFVJM”, ressalta Gilciano.

Alinhamento de ações

Em um segundo momento, foi a vez da Prefeitura Municipal receber o reitor, em um encontro que tratou de alinhar as ações, discutir contrapartidas e reforçar parcerias, além de ter sido a primeira oportunidade para que as autoridades se conhecessem pessoalmente, após a eleição da nova reitoria da UFVJM. Estiveram presentes na reunião o prefeito, os secretários municipais de educação, saúde e obras, o chefe de gabinete, além do assessor de assuntos estratégicos da Universidade.

O professor Gilciano frisou o reconhecimento da Reitoria sobre a importância da Prefeitura de Janaúba na manutenção do campus provisório na cidade e destacou que a UFVJM está disposta a fortalecer, cada vez mais, a aproximação com o poder público local. “O envolvimento e o empenho não só da comunidade acadêmica, mas também da cidade, através da administração municipal, são de fundamental importância para que Janaúba se torne um campus de ponta, de excelência”, finaliza o reitor.

Em reunião realizada na última segunda-feira, 26 de outubro, o reitor da UFVJM, Gilciano Saraiva Nogueira, recebeu autoridades ligadas à saúde do município para discutir assuntos relacionados ao funcionamento do curso de Medicina em Diamantina. Estiveram presentes o prefeito municipal, Paulo Célio de Almeida Hugo, o diretor da Superintendência Regional de Saúde, José Roberto Pimenta Mourão; do Hospital de Nossa Senhora da Saúde, o presidente da Irmandade Nossa Senhora da Saúde e arcebispo metropolitano de Diamantina, Dom João Bosco Óliver de Faria, a provedora, Maria Goretti Rocha Canuto, a vice-provedora, Maria Josefina Duarte, o diretor administrativo, Henrique Andrade, e o administrador multi-hospitalar, Stanley Lopes; da Santa Casa de Caridade, o provedor, Ivanir Celso Orlando, o diretor técnico, Frederico Toledo, e o diretor administrativo, Dalgésio João dos Santos; da UFVJM, a diretora da Faculdade de Medicina de Diamantina, Cynthia Fernandes Santos, o vice-coordenador do curso de Medicina, Sílvio Ramos Júnior, além de pró-reitores e assessores da Instituição.

A UFVJM apresentou as diretrizes curriculares do seu curso de Medicina, que tem uma visão mais humanitária, com uma metodologia de projeto pedagógico diferente dos cursos mais antigos, visando uma participação mais próxima dos alunos com os professores para a construção do conhecimento. Além disso, os estudantes da UFVJM têm uma maior proximidade com estratégias de programas da saúde pública, como o Saúde da Família e o Sistema Único de Saúde (SUS).

Tanto os representantes do curso quanto o reitor da Universidade abordaram as dificuldades encontradas no sistema de saúde de Diamantina para o pleno funcionamento do curso de Medicina, enfatizando o desejo de um esforço conjunto e harmonioso entre a UFVJM, os poderes municipal e estadual, e as casas de saúde na busca de soluções. Todas as instituições presentes, sem exceção, manifestaram-se sobre a importância do curso de Medicina para a saúde da população de Diamantina e da região, explicando que o maior problema hoje está relacionado à inexistência de infraestrutura física e de pessoal para atender adequadamente as demandas do curso, o que depende diretamente de recursos financeiros. Ainda assim, todos enfatizaram que estão empenhados nas tentativas para solucionar a questão.

O reitor Gilciano ressaltou que a UFVJM não medirá esforços para auxiliar as instituições a conseguir os recursos necessários para as adequações indispensáveis ao perfeito funcionamento do curso. “Medicina é um curso extremamente complexo e o nosso depende de uma efetiva parceria entre o município, o estado, as instituições de saúde e a Universidade. Vamos fazer de tudo para que as soluções sejam alcançadas de forma conjunta, pois os beneficiários não são apenas os moradores de Diamantina, mas toda a população usuária dos serviços de saúde prestados em nosso município”, finaliza o reitor.

A Reitoria da UFVJM realizará amanhã, 27 de outubro, reuniões com a comunidade acadêmica do Campus de Janaúba a respeito da situação financeira da universidade e das especificidades daquele campus. Os docentes, técnicos administrativos, estudantes e servidores terceirizados estão convidados a  participar desse momento de diálogo. Além disso, o reitor Gilciano Nogueira reunirá com o prefeito municipal, com o objetivo de fortalecer as parcerias já existentes e buscar soluções de melhorias para a atuação da UFVJM na cidade.

Na quarta-feira, 30 de setembro, a Reitoria da UFVJM reuniu-se com a comunidade acadêmica para apresentar um diagnóstico financeiro da universidade, após levantamento de dados feito pela nova gestão, que tomou posse em agosto de 2015. O encontro foi realizado no Anfiteatro do Campus I, em Diamantina. Participou também a equipe gestora da universidade (pró-reitores, diretores e assessores), auxiliando o reitor, professor Gilciano Saraiva Nogueira, na prestação de esclarecimentos, principalmente sobre os recursos financeiros destinados a custeio e investimentos, que tiveram cortes de 10% e 50%, respectivamente.

“A situação da UFVJM é delicada. Uma universidade que já está consolidada ainda consegue superar esses cortes, mas para nós, que estamos em expansão, é diferente porque afeta o que nem começamos ainda e precisamos começar. Expandimos muito em um momento em que a oferta de recursos oferecidos pelo governo federal era grande. A crise e os cortes vieram na pior hora possível, pois a UFVJM apostou na continuidade e no aumento dessa oferta”, esclareceu o reitor.

De acordo com os dados apresentados, o custo de manutenção da UFVJM (custeio) é alto e sempre precisou ser complementado pelo governo federal, sendo que o gasto com os serviços terceirizados é significativo e indispensável para o funcionamento da universidade. Já os recursos de investimento sempre foram maiores que os de custeio, devido ao momento de expansão na universidade. Tiveram o pico em 2011 e chegaram a R$ 51 milhões em 2014. Agora, com o corte de 50%, muitas obras continuam em andamento, mas outras tantas poderão ficar comprometidas.

Obras e bolsas

O reitor Gilciano explicou que as obras que já estavam empenhadas terão continuidade. É o caso do restaurante universitário do Campus do Mucuri, em Teófilo Otoni, dos pavilhões de aulas e administrativos e da biblioteca dos campi da universidade em Janaúba e Unaí. Porém, tudo o que estava planejado deverá esperar, como os prédios de Medicina de Diamantina e Teófilo Otoni. De acordo com informações da Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento, o pagamento das bolsas estudantis está em dia, tendo ocorrido atraso apenas no pagamento do mês de agosto, o que não deverá acontecer novamente.

Otimismo

Apesar da situação desafiadora apresentada pelos números, o reitor mostrou-se otimista: “Estamos em contato constante com o Ministério da Educação (MEC), e a recomendação é não parar nenhuma atividade da instituição, manter as obras que já estão empenhadas e não começar mais nada. Eles reconhecem o nosso esforço, o nosso trabalho e a importância social da UFVJM.” Nesse sentido, um planejamento de crise será definido junto ao MEC até dezembro e, para 2016, está previsto no orçamento um aumento de 10% nos recursos de custeio e o MEC prometeu esforços para garantir o cronograma de investimento da UFVJM.

Espaços de diálogo

O professor Gilciano reafirmou para os servidores técnico-administrativos, professores e estudantes presentes no Anfiteatro o compromisso da nova gestão em abrir espaços constantes de diálogos e esclarecimentos. “Essa é uma das várias reuniões que pretendemos fazer. Para nós, receber os questionamentos e demandas da comunidade universitária é ferramenta de gestão, assim vamos traçar o nosso caminho”, afirmou o reitor.

A Reitoria informa que essa reunião de apresentação do diagnóstico financeiro da UFVJM será realizada em breve nos campi da universidade em Teófilo Otoni, Janaúba e Unaí.

• Diagnóstico financeiro da UFVJM